sábado, 7 de julho de 2012

CRACK: UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO


O crack é obtido a partir da mistura da pasta-base de coca ou cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água. Quando aquecido a mais de 100ºC, o composto passa por um processo de decantação, em que as substâncias líquidas e sólidas são separadas. O resfriamento da porção sólida gera a pedra de crack, que concentra os princípios ativos da cocaína.Geralmente é fumado com cachimbos improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC, que permitem a aspiração de grande quantidade de fumaça. A pedra, geralmente com menos de 1 grama, também pode ser quebrada em pequenos pedaços e misturada a cigarros de tabaco ou maconha – o chamado mesclado, pitico ou basuco.




IDENTIFICANDO O USUÁRIO

O usuário de crack apresenta mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. Um dos sintomas físicos mais comuns que ajudam a identificar o uso da droga é a redução drástica do apetite, que leva à perda de peso rápida e acentuada – em um mês de uso contínuo, o usuário pode emagrecer até 10 quilos. Fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico também são sintomas relacionados à perda de apetite.

É comum ainda que o usuário tenha insônia enquanto está sob o efeito do crack, assim como sonolência nos períodos sem a droga. Sinais físicos como queimaduras e bolhas no rosto, lábios, dedos e mãos podem ser sinais do uso da droga, em função da alta temperatura que a queima da pedra requer. Flatulência, diarréia, vômitos, olhos vermelhos, pupilas dilatadas, além de problemas na gengiva e nos dentes, falta de atenção e concentração  também são outros fatores identificados, que levam o usuário de crack a deixar de cumprir atividades rotineiras, como freqüentar trabalho e escola ou conviver com a família e amigos. O dependente apresenta algumas atitudes características, como mentir e ter dificuldades de estabelecer e manter relações afetivas. Muitas vezes apresenta comportamentos atípicos e repetitivos, como abrir e fechar portas e janelas ou apagar e acender luzes.
O dependente pode, ainda, passar a furtar objetos de valor de sua própria casa ou trabalho para comprar e consumir a droga. O humor pode ficar desequilibrado em função do uso ou falta da droga. O usuário alterna entre estados de apatia e agitação.

AÇÃO NO ORGANISMO
Ao se aquecer a pedra de crack, ela se funde e vira gás, que depois de inalado é absorvido pelos alvéolos pulmonares e chega rapidamente à corrente sanguínea. Enquanto a cocaína em pó leva cerca 15 minutos para chegar ao cérebro e fazer efeito depois de aspirada, a chegada do crack ao sistema nervoso central é quase imediata: de 8 a 15 segundos, em média. É por esta razão que o crack pode ocasionar dependência mais rapidamente. A ação do crack no cérebro dura entre cinco e dez minutos. O efeito imediato inclui sintomas como euforia, agitação, sensação de prazer, irritabilidade e agressividade, alterações da percepção e do pensamento, assim como alterações cardiovasculares e motoras, como taquicardia e tremores, inquietação mental e física, insônia, aumento da temperatura, da frequência respiratória, além de suor excessivo, tiques, contrações musculares involuntárias, dilatação da pupila e inibição do apetite. Como o usuário muitas vezes deixa de se alimentar, ele acaba perdendo peso e as defesas do organismo ficam fragilizadas, aumentando as chances de surgirem outras doenças. Além disso, os dependentes podem sofrer outros sintomas como psicose, paranoia, alucinação, mania de perseguição e depressão profunda.

COMO AJUDAR

O crack é uma droga que causa dependência com muita rapidez. Para o usuário se recuperar, a ajuda precisa vir na mesma velocidade. O primeiro passo é buscar ajuda de profissionais especializados e iniciar o tratamento. Existem instituições que prestam atendimento tanto para a família quanto para o dependente.


VERDADES E MITOS

O CRACK GERA DEPENDÊNCIA LOGO NA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA

MITO. Apesar de ser absorvido quase totalmente pelo organismo, apenas o uso recorrente do crack causa dependência. Diferentemente de outras drogas, entretanto, o crack causa sensações intensas e desagradáveis quando seus efeitos passam, o que leva o usuário a repetir o uso. Esta repetição, junto com o efeito potente da droga, leva o usuário a ficar dependente de forma mais rápida.

O CRACK SÓ ATINGE A POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

MITO. O crack foi considerado inicialmente uma droga “de rua”. Por ser barata e inibir a fome, muitos moradores de rua e pessoas em situação de miséria recorrem à droga como medida paliativa. O contexto social do usuário também é um fator agravante - é mais comum uma pessoa se tornar usuária de crack quando o meio social facilita o acesso. Apesar disso, hoje o crack atinge todas as camadas sociais.

O USUÁRIO CORRE MAIS RISCO DE CONTRAIR DST's/AIDS

VERDADE. Isso ocorre porque os usuários da droga costumam adotar comportamentos de risco, como praticar sexo sem proteção. Influenciados pela necessidade de consumir o crack, muitos usuários crônicos também recorrem à prostituição para conseguir a droga.

"MEU FILHO CONSOME CRACK E EUM PENSO EM DENUNCIAR O TRAFICANTE. NESSE CASO, MEU FILHO TAMBÉM SERÁ PENALIZADO".

MITO. A pessoa que denunciar o traficante tem sua identidade preservada pelas autoridades policiais, portanto, seu filho usuário não será exposto. Porém, apesar da lei de drogas prever que o uso de drogas não seja punido com restrição de liberdade, o porte de drogas continua sendo crime no Brasil. Recente decisão aponta para a descriminalizção do uso e porte de drogas, mas ainda não está em vigor.

O MÉDICO É OBRIGADO A AVISAR À POLÍCIA QUANDO ATENDE UM USUÁRIO EM SITUAÇÃO DE INTOXICAÇÃO AGUDA

MITO. A legislação brasileira não obriga profissionais da área médica a notificar a polícia sobre os atendimentos realizados a usuários de drogas em situação de intoxicação aguda. As autoridades policiais são chamadas apenas em casos extremos, em que o comportamento do paciente põe em risco sua própria integridade física ou a saúde de terceiros.

O CRACK É UM PROBLEMA DAS CIDADES GRANDES

MITO. O consumo do crack avançou rapidamente para a maioria dos grandes centros urbanos de todo o país, porém as cidades do interior e mesmo de zonas rurais estão muito afetadas por problemas relacionados ao tráfico e consumo desta substância.

O CRACK É PIOR QUE A MACONHA E A COCAÍNA

VERDADE. Muito embora não haja droga pior ou melhor, o crack, a cocaína e a maconha são drogas com efeitos diferentes. Uma vez que o crack deixa o indivíduo mais impulsivo e agitado, e gera dependência e fissura de forma intensa, ele termina tendo um impacto maior sobre a saúde e as outras instâncias da vida do indivíduo do que, em geral, se observa com a maconha. Em relação à cocaína, apesar de serem drogas com a mesma origem, o efeito do crack é mais potente do que a cocaína inalada. Por ser fumado, o crack é absorvido de forma mais rápida e passa quase que integralmente à corrente sanguínea e ao cérebro, o que potencializa sua ação no organismo.

O CRACK SEMPRE FAZ MAL À SAÚDE

VERDADE. O uso dessa droga compromete o comportamento como um todo. Por ser uma substância altamente estimulante, várias funções ficam comprometidas, mas as mais afetadas são a atenção e a concentração, a falta de sono, além de gerar quadros de alucinação e delírio.

É POSSÍVEL SE LIVRAR DO CRACK

VERDADE. Embora seja difícil o tratamento, é possível se recuperar da dependência do crack. O usuário deve procurar o tratamento adequado e contar com apoio familiar, social e psicológico para superar a dependência química.

O USUÁRIO DE CRACK É SEMPRE VIOLENTO

MITO. Usuários que já possuem uma tendência à agressividade podem ficar mais violentos quando estão na fase de “fissura” ou abstinência da droga. Apesar de haver sempre uma deterioração das relações sociais, especialmente no ambiente familiar, a violência não é uma conduta padrão se não houver grande comprometimento.

USUÁRIAS DE CRACK NÃO PODEM AMAMENTAR

VERDADE. Mães usuárias de crack devem receber tratamento imediato com a suspensão do uso da droga e da amamentação durante o período necessário para eliminar as substâncias tóxicas do organismo. Após esse período, e sob supervisão médica, a amamentação está liberada.

O CRACK TAMBÉM PREJUDICA O FETO

VERDADE. O crack prejudica o desenvolvimento do feto por alterar a saúde física da mãe e passar à corrente sanguínea do futuro bebê. Isso pode reduzir o fluxo de oxigênio para o feto, causar graves danos ao sistema nervoso central e alterações nos neurotransmissores cerebrais. Também há maior risco de aborto espontâneo, hemorragias, trabalho de parto prematuro, além de diversas malformações físicas e baixo peso ao nascer.

BEBÊS DE MÃES USUÁRIAS JÁ NASCEM DEPENDENTES

MITO. Bebês expostos ao crack durante o período fetal não são dependentes da droga. Não há comprovação científica de que eles desenvolvam abstinência na ausência do crack. Os sinais e sintomas que eles podem apresentar durante o período neonatal estão mais relacionados a alterações nas substâncias químicas do cérebro (neurotransmissores), que poderão ser ou não temporárias.

ALGUMAS PESSOAS TEM PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA PARA SE TORNAR DEPENDENTE DO CRACK

VERDADE. Existe sim uma predisposição genética à dependência química. No entanto, não somente ao crack, mas a outras substâncias químicas, como o álcool, por exemplo.


LINK DE DENÚNCIAS:




DE VOLTA!



DEPOIS DE UM LONGO PERÍODO COLOCANDO A CASA EM ODEM, VAMOS VOLTAR ÀS POSTAGENS DO BLOG DA DELEGACIA.

AGRADECEMOS AS QUASE 400 VISITAS QUE TIVEMOS, O QUE, PARA UM BLOG SOBRE ASSUNTOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA É BEM RAZOÁVEL, VISTO QUE NÃO POSTAMOS NADA DE CUNHO SENSACIONALISTA.

A RESPOSTA DA SOCIEDADE FOI BEM POSITIVA COM ESTE NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO COM A DELEGACIA. RECEBEMOS VÁRIAS DENÚNCIAS E INFORMAÇÕES IMPORTANTÍSSIMAS QUE POSSIBILITARÃO, MUITO EM BREVE, EM ALGUMAS AÇÕES QUE JÁ ESTÃO SENDO PLANEJADAS.

LEMBREM-SE: A INFORMAÇÃO É NOSSA MAIOR ARMA! SUA IDENTIDADE NÃO SERÁ REVELADA!

ALÉM DOS COMENTÁRIOS NAS POSTAGENS E DO TELEFONE DA DELEGACIA (3364.2027) E DO DISK-DENÚNCIA DA POLÍCIA CIVIL (197), LEMBRAMOS QUE NOSSO E-MAIL TAMBÉM PODE SER UMA PODEROSA FERRAMENTA DE INFORMAÇÃO E DENÚNCIA: remigioradar@hotmail.com

quarta-feira, 28 de março de 2012

INFERNO NO ALGODÃO

ESTEMBERGUE DA SILVA LUNA, o "BERG"


Na tarde de hoje, foi preso ESTEMBERGUE DA SILVA LUNA, popularmente conhecido como "BERG", residente do município de Algodão de Jandaíra, que no final de semana infernizou a vida da sua namorada KÁTILLY JAYANE ALVES SANTOS e da família dela.

BERG, além de agredir sua namorada com socos, ainda tentou contra a vida do cunhado e da avó da namorada, com golpes de facão.

O agressor só não conseguiu matar o cunhado porque foi impedido por amigos, mas ainda o atingiu no rosto e no ombro com os golpes desferidos.

Dado o conhecimento à MM Juíza da Comarca de Remígio, Dra. ANA CARMEM PEREIRA JORDÃO VIEIRA, foi expedido mandado de prisão preventiva em desfavor do BERG, que foi capturado pelos agentes de investigação LUIZ e VERNALDO, celeremente.

Nesta delegacia, perguntado pelo delegado LAMARTINE LACERDA o porque de tanta agressividade, justificou que a namorada ficava "zoando" ele, sem, porém, detalhar o real motivo.

Por enquanto, a paz reina no Algodão... BERG foi recolhido à cadeia pública da Comarca.



POLÍCIA CIVIL - DENUNCIE!

197

GARANTIMOS SEU SIGILO

domingo, 25 de março de 2012

CASA NOVA

Agora em MARÇO, finalmente conseguimos nos mudar para uma nova sede!

Numa luta de quase dois anos, conseguimos um imóvel que possibilitará um atendimento mais humanizado à população remigense. A nova sede fica na RUA MANOEL DE BARROS, Nº. 97, CENTRO.

Estamos no aguardo do mobiliário e dos novos equipamentos que já foram solicitados junto à Secretaria de Segurança. Isso tornará a sede da Polícia Civil do município a mais organizada de toda a região!


ABAIXO, FOTOS DA NOVA SEDE:







VENHA CONHECER NOSSA NOVA CASA!

DELEGACIA É UM LUGAR PARA DEFESA DE DIREITOS!

FLAGRANTE!



Na tarde deste sábado, por volta das 15H, foi preso em flagrante delito na cidade de Remígio GERALDO CASSIANO DA SILVA, acusado de roubo qualificado e tentativa de estupro. O inusitado foi o modus operandi do bandido, que simulou estar rezando na Igreja Matriz do centro da cidade para abordar a vítima.
 
O marginal, que estava na igreja com um terço à mão, esperou que a vítima terminasse uma prece e anunciou um assalto. Após fazer a vítima acreditar que estava armado com um revólver, GERALDO a levou a um setor sem iluminação da Casa Sagrada, que estava vazia, onde começou a passar as mãos pelo seu corpo. A vítima B.N.G., tomada de desespero, gritou e conseguiu fugir antes da consumação do ato.
 
Populares, de conhecimento dos fatos narrados pela vítima, procederam buscas pela cidade, conseguindo capturar o bandido, entregando-o à guarnição da Polícia Militar de Esperança/PB, que atendeu ao chamamento da ocorrência, apresentando-o ao delegado Lamartine Lacerda para a lavratura do flagrante.
 
Outra curiosidade é que GERALDO saiu da cadeia do município de Areia/PB há menos de uma semana, beneficiado por uma concessão da Justiça, tendo permanecido preso por sete meses em decorrência de um furto praticado.
 
Há extrema necessidade de se rever a nossa Lei de Execuções Penais, pois é alarmante o número de libertos que reincidem, por absoluta ausência de aparato social, elevando a sensação de impunidade e encorajando o criminoso a voltar a delinquir.
 
ESTE, PELO MENOS, VOLTA AO LUGAR DE ONDE NÃO DEVERIA TER SAÍDO: A CADEIA!
 
A SOCIEDADE REMIGENSE AGRADECE!
 
" O Estado de Segurança só acontece com a participação popular"

 
LIGUE E DENUNCIE: Sua identidade será preservada!

POLÍCIA CIVIL : 3364.2027 das 08h às 12h e 14h às 18h (segunda a sexta) ou 197(24h) 
 
POLÍCIA MILITAR: 9158.9784 ou 190 (24h)

FLAGRANTE!



Na manhã deste sábado, 24/03/2012, foi apresentado PAULO SÉRGIO CLAUDINO DA SILVA, preso em flagrante delito por ter ferido gravemente o idoso JOÃO AVELINO DE OLIVEIRA a golpes de enxada, no Assentamento Paulo Freire, zona rural de Algodão de Jandaíra.

A vítima foi socorrida em atendimento emergencial e o seu estado de saúde ainda é desconhecido. O acusado, que se reservou ao direito de não escalrecer os fatos, foi recolhido à cadeia pública da Comarca de Remígio, onde aguardará o chamamento da Justiça.




sexta-feira, 23 de março de 2012

BULLYING, que danado é isso?


O QUE É BULLYING?

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido, de uma ou mais pessoas, cuja intenção é ferir outros. Pode assumir várias formas e incluir diferentes comportamentos, tais como: violência e ataques físicos, gozações verbais, apelidos e insultos, ameaças e intimidações, extorsão ou roubo de dinheiro e pertences, exclusão do grupo de colegas, entre outros.

Bullying é uma afirmação de poder através de agressão. Suas formas mudam com a idade: bullying escolar, assédio sexual, ataques de gangue, violência no namoro, violência conjugal, abuso infantil, assédio no local de trabalho e abuso de idosos.

“Bullying não está relacionado a raiva. Não é um conflito a ser resolvido, tem a ver com desprezo – um forte sentimento de desgostar de alguém considerado como sem valor, inferior ou não merecedor de respeito. Este desprezo vem acompanhado por três aparentes vantagens psicológicas que permitem que se machuque os outros sem sentir empatia, compaixão ou vergonha: - um sentimento de poder, de que se tem o direito de ferir ou controlar outros; uma intolerância à diferença; e uma liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar outros” (Barabara Coloroso, `The bully, the bullied and the bystander`)

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio ou homicídios.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. Ainda há os desdobramentos penais dos atos dos bullies, nos casos dos crimes contra a honra, discriminação e violência física. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
O QUE NÃO É BULLYING?

Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.

Para ser considerada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa.

O BULLYING É UM FENÔMENO RECENTE?

Não. O bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra a um fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying era um mal a combater. A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores.

O QUE LEVA O AUTOR DO BULLYING A PRATICÁ-LO?

Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.

Normalmente é no ambiente escolar que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying.

O ESPECTADOR TAMBÉM PARTICIPA DO BULLYING?

Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito.

O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.

Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele
apenas repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).

COMO IDENTIFICAR O ALVO DO BULLYING?

O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. 'Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação cesse.

Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.

"Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs., Thesaurus Editora tel. (61) 3344-3738).

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS PARA O ALUNO QUE É ALVO DE BULLYING?

O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.

Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

O QUE É PIOR: O BULLYING COM AGRESSÃO FÍSICA OU O BULLYING COM AGRESSÃO MORAL?

Ambas as agressões são graves e têm danos nocivos ao alvo do bullying. Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é considerada mais grave do que um xingamento ou uma fofoca.

EXISTE DIFERENÇA ENTRE O BULLYING PRATICADO POR MENINOS E POR MENINAS?

De um modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão.

O QUE É BULLYING VIRTUAL OU CYBERBULLYING?

É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com  mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs, redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.

Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum.
COMO LIDAR COM O CYBERBULLYING?

Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas.

Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda.



MITOS E FATOS SOBRE O BULLYING


Mito: “Bullying é apenas uma fase, uma parte normal da vida. Eu passei por isto e meus filhos vão passar também.

Fato: Bullying não é um comportamento nem “normal” nem socialmente aceitável. Na verdade, se aceitarmos este comportamento estaremos dando poder aos bullies.

Mito: “Se eu contar pra alguém, só vai piorar.’
Fato: As pesquisas mostram que o bullying pára quando adultos com autoridade e os colegas se envolvem.

Mito: “Reaja e devolva as ofensas ou pancadas.”

Fato: Embora haja algumas vezes em que as pessoas podem ser forçadas a se defender, bater de volta geralmente piora o bullying e aumenta o risco de sério dano físico.

Mito: “Bullying é um problema escolar, os professores é que devem tratar disto.”
Fato: Bullying é um problema social mais amplo e que ocorre com frequência fora das escolas, na rua, nos shoppings, na piscina, nos treinamentos esportivosi e no local de trabalho dos adultos.

Mito: “As pessoas já nascem bullies.”

Fato: Bullying é um comportamento aprendido e comportamentos podem ser mudados.

BULLYING NÃO É BRINCADEIRA!

DENUNCIE!