sexta-feira, 23 de março de 2012

BULLYING, que danado é isso?


O QUE É BULLYING?

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido, de uma ou mais pessoas, cuja intenção é ferir outros. Pode assumir várias formas e incluir diferentes comportamentos, tais como: violência e ataques físicos, gozações verbais, apelidos e insultos, ameaças e intimidações, extorsão ou roubo de dinheiro e pertences, exclusão do grupo de colegas, entre outros.

Bullying é uma afirmação de poder através de agressão. Suas formas mudam com a idade: bullying escolar, assédio sexual, ataques de gangue, violência no namoro, violência conjugal, abuso infantil, assédio no local de trabalho e abuso de idosos.

“Bullying não está relacionado a raiva. Não é um conflito a ser resolvido, tem a ver com desprezo – um forte sentimento de desgostar de alguém considerado como sem valor, inferior ou não merecedor de respeito. Este desprezo vem acompanhado por três aparentes vantagens psicológicas que permitem que se machuque os outros sem sentir empatia, compaixão ou vergonha: - um sentimento de poder, de que se tem o direito de ferir ou controlar outros; uma intolerância à diferença; e uma liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar outros” (Barabara Coloroso, `The bully, the bullied and the bystander`)

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio ou homicídios.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. Ainda há os desdobramentos penais dos atos dos bullies, nos casos dos crimes contra a honra, discriminação e violência física. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
O QUE NÃO É BULLYING?

Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.

Para ser considerada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa.

O BULLYING É UM FENÔMENO RECENTE?

Não. O bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra a um fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying era um mal a combater. A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores.

O QUE LEVA O AUTOR DO BULLYING A PRATICÁ-LO?

Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.

Normalmente é no ambiente escolar que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying.

O ESPECTADOR TAMBÉM PARTICIPA DO BULLYING?

Sim. O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade do conflito.

O espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.

Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele
apenas repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).

COMO IDENTIFICAR O ALVO DO BULLYING?

O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. 'Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação cesse.

Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.

"Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs., Thesaurus Editora tel. (61) 3344-3738).

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS PARA O ALUNO QUE É ALVO DE BULLYING?

O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.

Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

O QUE É PIOR: O BULLYING COM AGRESSÃO FÍSICA OU O BULLYING COM AGRESSÃO MORAL?

Ambas as agressões são graves e têm danos nocivos ao alvo do bullying. Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas vezes é considerada mais grave do que um xingamento ou uma fofoca.

EXISTE DIFERENÇA ENTRE O BULLYING PRATICADO POR MENINOS E POR MENINAS?

De um modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão.

O QUE É BULLYING VIRTUAL OU CYBERBULLYING?

É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com  mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs, redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.

Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum.
COMO LIDAR COM O CYBERBULLYING?

Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas.

Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda.



MITOS E FATOS SOBRE O BULLYING


Mito: “Bullying é apenas uma fase, uma parte normal da vida. Eu passei por isto e meus filhos vão passar também.

Fato: Bullying não é um comportamento nem “normal” nem socialmente aceitável. Na verdade, se aceitarmos este comportamento estaremos dando poder aos bullies.

Mito: “Se eu contar pra alguém, só vai piorar.’
Fato: As pesquisas mostram que o bullying pára quando adultos com autoridade e os colegas se envolvem.

Mito: “Reaja e devolva as ofensas ou pancadas.”

Fato: Embora haja algumas vezes em que as pessoas podem ser forçadas a se defender, bater de volta geralmente piora o bullying e aumenta o risco de sério dano físico.

Mito: “Bullying é um problema escolar, os professores é que devem tratar disto.”
Fato: Bullying é um problema social mais amplo e que ocorre com frequência fora das escolas, na rua, nos shoppings, na piscina, nos treinamentos esportivosi e no local de trabalho dos adultos.

Mito: “As pessoas já nascem bullies.”

Fato: Bullying é um comportamento aprendido e comportamentos podem ser mudados.

BULLYING NÃO É BRINCADEIRA!

DENUNCIE!

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