O QUE É
BULLYING?
Bullying
é um
termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a
um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido, de uma
ou mais pessoas, cuja intenção é ferir outros. Pode assumir várias formas e incluir
diferentes comportamentos, tais como: violência e ataques físicos, gozações
verbais, apelidos e insultos, ameaças e intimidações, extorsão ou roubo de
dinheiro e pertences, exclusão do grupo de colegas, entre outros.
Bullying
é uma afirmação de poder através de agressão. Suas formas mudam com a idade:
bullying escolar, assédio sexual, ataques de gangue, violência no namoro,
violência conjugal, abuso infantil, assédio no local de trabalho e abuso de
idosos.
“Bullying
não está relacionado a raiva. Não é um conflito a ser resolvido, tem a ver com
desprezo – um forte sentimento de desgostar de alguém considerado como sem
valor, inferior ou não merecedor de respeito. Este desprezo vem acompanhado por
três aparentes vantagens psicológicas que permitem que se machuque os outros
sem sentir empatia, compaixão ou vergonha: - um sentimento de poder, de que se
tem o direito de ferir ou controlar outros; uma intolerância à diferença; e uma
liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar outros” (Barabara Coloroso,
`The bully, the bullied and the bystander`)
As crianças ou
adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos
negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de
relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos
extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio ou homicídios.
Os atos de bullying ferem
princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o
Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o
dever de indenizar. Ainda há os desdobramentos penais dos atos dos bullies, nos
casos dos crimes contra a honra, discriminação e violência física. O
responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de
Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos
consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro
do estabelecimento de ensino/trabalho.
Discussões
ou brigas pontuais não são bullying.
Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados
bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre
pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying
é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.
Para ser
considerada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar
quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da
agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com
relação à ofensa.
O BULLYING É UM FENÔMENO RECENTE?
Não.
O bullying sempre existiu. No
entanto, o primeiro a relacionar a palavra a um fenômeno foi Dan Olweus,
professor da Universidade da Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as
tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria
desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying
era um mal a combater. A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos
meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os
apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções
maiores.
O QUE LEVA O AUTOR DO BULLYING A PRATICÁ-LO?
Querer
ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas
humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua
raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar
de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido,
supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
Normalmente
é no ambiente escolar que se demonstram os primeiros sinais de um praticante de
bullying.
O ESPECTADOR TAMBÉM PARTICIPA DO BULLYING?
Sim.
O espectador é um personagem fundamental no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o
alvo. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela
continuidade do conflito.
O
espectador típico é uma testemunha dos fatos, pois não sai em defesa da vítima
nem se junta aos autores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude
passiva pode ocorrer por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de
iniciativa para tomar partido.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele apenas repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, por exemplo, ele apenas repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868).
COMO IDENTIFICAR O ALVO DO BULLYING?
O
alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola
quanto no lar. 'Por essas
características, é difícil esse jovem conseguir reagir. Aí é que entra a
questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é
que a provocação cesse.
Além dos
traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar
particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais,
étnicos e religiosos.
"Também
pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida
pelas colegas", exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e
autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil (164 págs.,
Thesaurus Editora tel. (61) 3344-3738).
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS PARA O ALUNO QUE É ALVO DE BULLYING?
O
aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e
vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom
para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.
Aqueles
que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para
mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram
impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a
provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.
O QUE É PIOR: O BULLYING COM AGRESSÃO FÍSICA OU O BULLYING COM AGRESSÃO MORAL?
Ambas
as agressões são graves e têm danos nocivos ao alvo do bullying. Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência
física muitas vezes é considerada mais grave do que um xingamento ou uma
fofoca.
EXISTE DIFERENÇA ENTRE O BULLYING PRATICADO POR MENINOS E POR MENINAS?
De um modo geral, sim. As ações dos meninos são mais expansivas e agressivas, portanto, mais fáceis de identificar. Eles chutam, gritam, empurram, batem.
Já no universo feminino
o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem
ser fofocas, boatos, olhares, sussurros, exclusão.
O QUE É BULLYING VIRTUAL OU CYBERBULLYING?
É
o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou
ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs, redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o
agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.
Dessa
forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os
efeitos podem ser tão graves ou piores.
Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o
adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento
algum.
Mesmo
virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying
e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a
agressão na internet. Trabalhar com a
ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à
turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas.
Caso o
bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que
eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem
medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez
que terão a certeza de que vão encontrar ajuda.
MITOS E FATOS SOBRE O BULLYING
Mito: “Bullying é apenas uma fase,
uma parte normal da vida. Eu passei por isto e meus filhos vão passar também.
Fato:
Bullying não é um comportamento nem “normal” nem socialmente aceitável. Na
verdade, se aceitarmos este comportamento estaremos dando poder aos bullies.
Mito: “Se eu contar pra alguém, só
vai piorar.’
Fato:
As pesquisas mostram que o bullying pára quando adultos com autoridade e os
colegas se envolvem.
Mito: “Reaja e devolva as ofensas
ou pancadas.”
Fato:
Embora haja algumas vezes em que as pessoas podem ser forçadas a se defender,
bater de volta geralmente piora o bullying e aumenta o risco de sério dano
físico.
Mito: “Bullying é um problema
escolar, os professores é que devem tratar disto.”
Fato:
Bullying é um problema social mais amplo e que ocorre com frequência fora das
escolas, na rua, nos shoppings, na piscina, nos treinamentos esportivosi
e no local de trabalho dos adultos.
Mito: “As pessoas já nascem
bullies.”
Fato:
Bullying é um comportamento aprendido e comportamentos podem ser mudados.
BULLYING NÃO É BRINCADEIRA!
DENUNCIE!
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